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Idealizado em 2022 pela Profa. Dra. Mari Fraga, Cosmo-Poiesis: Experimentações Expositivas é um projeto de pesquisa e extensão com ênfase na prática da arte contemporânea e seus desdobramentos no corpo e no espaço, que surge da vontade de experimentar a arte como criação de mundos a partir das pesquisas artísticas desenvolvidas pelo grupo de pesquisas GAE Arte: Ecologias, cuja a Profa. Dra. participa como uma das coordenadoras.

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O QUE É?

​O projeto Cosmo-poiesis surge da vontade de experimentar a arte como criação de mundos. 

Inserido no programa “UFRJ na Cultura”, busca investigar a arte como “exercício experimental da liberdade”, como imaginou Mario Pedrosa. 

 

Inspirado por artistas e pensadores como Hélio Oiticica, Lygia Clark, Frederico de Morais e Ricardo Basbaum, este projeto parte do princípio de que, na arte contemporânea, os papéis tradicionais não são mais estáticos e perenes, mas instáveis e móveis.

A participação do público é tema de intensas trocas entre esses artistas, cujo pensamento e trabalho continuam a nos desafiar ainda hoje, mais de 50 anos depois. Hélio escreve sobre o desejo de proporcionar experiências “tão cheias de vitalidade cósmica que não importa o autor”, colocando o público em um “espaço ambiental” que “o penetra e envolve num só tempo”.

 

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As experiências coletivas de Lygia Clark na Sorbonne também são inspiração para Cosmo-Poeisis, que busca criar uma contra-metodologia que envolva os estudantes jovens artistas na criação coletiva de experiências – mobilizar o sentido de fazer da vida, arte, em pleno Brasil em crise de 2022. Nos reinventando em meio à crise das instituições públicas, após anos de desmonte e desvalorização, Cosmo-Poeisis quer investigar o desejo que continua a nos mobilizar a fazer arte na adversidade: somos precários, como a vulnerável vida, mas não seremos precarizados - nosso exercício cotidiano é resistir e sabotar um sistema que nos quer apenas como máquinas de produção e consumo.

A arte busca, de alguma forma, transformar e ser transformada pelo outro, alterar suas percepções do entorno, desafiar ideias preconcebidas. E esta interação se constrói sobre a instabilidade e a vulnerabilidade do sujeito, que deixam de ser fraquezas e se tornam condição para que a própria potência criativa possa emergir.

COMO ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO?

A ideia inicial era que Cosmo-Poiesis funcionasse como um jogo: uma exposição efêmera apresentando diversos projetos de instalação – de autoria individual ou coletiva, porém desenvolvidos coletivamente pelos participantes do projeto, de modo que todos os integrantes experimentassem todas as etapas e funções. No dia da exposição, o público receberia cédulas para escolher qual projeto de instalação gostaria de ver realizado. O projeto de instalação mais votado seria realizado pelo grupo. O jogo recomeça. Ideias, projetos; proposições incessantes para imaginação de mundos e futuros.

Neste jogo de deslocamentos, o artista passa a produtor, o observador transforma a obra, e todos vivem experiências artísticas compartilhadas, seja ao modo da construção conjunta de sentidos ou de sabotagens e ciladas mútuas.

 

Com a transição do projeto foi descartada a ideia da elaboração de apenas uma proposta e da votação, partindo para um desenvolvimento de forma que todos os envolvidos pudessem realizar uma instalção ou projeto artístico de sua escolha o expondo em sua forma final, mas foi mantida a ideia de um desenvolvimento coletivo em auxílio aos proponentes, em que a cada momento alguém tomasse o lugar de artista ou produtor/curador/crítico/agitador cultural.

O intuito parte do princípio que os participantes tivessem a experiência de construção coletiva de instalações, participando desde a elaboração de uma proposta artística até sua realização final, passando pelas diversas etapas de preparação e produção. Conhecimentos e técnicas serão compartilhados na construção de visualizações em croquis e maquetes, organização de cronogramas e planilhas orçamentárias, elaborações conceituais em texto, prática de montagem da exposição, e criação gráfica de peças promocionais e divulgação. Buscando também captar recursos para viabilizar a instalação, buscando contribuições, doações, apoios e patrocínios.

O deslocamento e a liberdade de experimentar diversas funções tem inspiração no “artista-etc”, imaginado por Ricardo Basbaum. O “artista-etc” se desloca entre papéis, se desvencilha dos ideais de pureza e genialidade assumindo diversas funções, e o mesmo pode se dar com público: um lapso de tempo, um lampejo de ideia, e o visitante pode tornar-se artista. Juntos, formam uma rede, um circuito, onde a arte acontece entre assertividades e acasos, prazeres e desconfortos.

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